07 abril 2006

Viver no ano 2000 e tal…

Vamos falar (quer dizer... escrever!) de Romantismo... Sei que não é um tema muito popular nos dias que correm. Seria mais fácil falar aqui do estado da economia. Ou então falar da guerra contra o terrorismo. Ou mesmo então poderia falar da futura prestação da nossa selecção Nacional no mundial da Alemanha. Mas não... Eu como sou do contra, vou falar do Romantismo. O que é isto? Não! Não é o que estão a pensar... Não é chamar “xuxu” a alguém, ou mesmo chamar outros nomes que tanta gente gosta, acabados em “inhos”. Não é isso... Romantismo pela vida. Para mim é uma palavra, que penso, que deve descrever o caminho que quero seguir. Viver segundo um sonho. Viver segundo uma vontade. Viver a fazer aquilo que se gosta. “Que bom que deve ser!” deve dizer logo de seguida a maioria das pessoas. Mas se é bom... porque não? Que mal tem de ganhar a vida a fazer aquilo que se gosta. Ou mesmo então, sem pensar em termos monetários... Sim... Porque a moeda rege muito hoje em dia. Além da moeda, (ou da nota, ou do cheque, ou do cartão visa ou não) a vontade e os sonhos de outras pessoas que tendem, por vezes a controlar a nossa vida e caminho. Porque será? Porque será que o sonho de outrem (que a maioria das vezes é quem nos é mais próximo) tem que ser o nosso também? Porque será que essas pessoas fazem tanta questão que vivamos a vida delas e não a nossa? Felizmente, posso dizer que nisso nunca fui influenciado. Mas infelizmente, vejo à minha volta, e muita gente vive a vida ou dos pais, ou da namorada, ou dos avós, etc. Faz-me ficar apreensivo, saber que ninguém pare para pensar o que está a fazer à sua vida. Felizmente também, há excepções!
Uma coisa é certa! Tudo na vida, tem que ser regido pela regra do QB! (Quanto Baste, para os que não frequentem restaurantes no Bairro Alto). Se formos levar isto à regra, às tantas estamos a mendigar. Mas penso que uma boa dose de romantismo para a tola, não fazia mal a ninguém... Fazer coisas parvas de vez em quando. Coisas que depois pensamos “O que foi aquilo meu Deus Nosso Senhor?!?!”. Fugir à rotina, que tanto caracteriza o dia a dia da cidade... Pensando bem... Que cidade tão bela é Lisboa! Não apenas os monumentos, com imensa História... Mas as pessoas também! É a verdadeira “Miscelândia”! Um passeio por Lisboa a pé durante um dia, e é uma verdadeira aventura! Acontece sempre alguma coisa de novo. Alguma coisa romântica. Sim... Lisboa é uma cidade romântica!
Outra coisa é certa também! Que “porra” é esta de termos metas definidas pela sociedade?! Quem são as pessoas que não me conhecem de lado nenhum, para me dizerem, o que é bom para mim e para a minha vida?! Aos 18 anos temos que entrar na faculdade, ao mesmo tempo que temos que tirar a carta. Depois de termos o nosso carro, temos que sair à noite para discotecas do estilo “Kapital”. Aos 21 anos fazemos Erasmus porque é bonito e é “uma boa experiência e as empresas olham para isso”. Depois de sair da faculdade temos que entrar num bom emprego e comprar um novo carro (e que seja preto). No máximo aos 28 anos temos que nos casar. Aos 30 no máximo, o primeiro filho. Depois aos 35 temos o nosso Mestrado (normalmente um MBA). Neste altura convém já ter um carro do estilo BMW. Aos 40 em principio já temos três filhos (ou então está a vir o terceiro). Entretanto fazemos umas tantas viagens ao Brasil e à neve porque fica bem. Por esta altura compramos um Porche. Depois trabalhamos até aos 65 anos e reformamo-nos! Depois passamos uns anos a viajar, sem desfrutar o mínimo porque já estamos com idade é para descansar. Passado uns anos morremos de um enfarte do Miocárdio, como dizia o meu amigo Cível! E o que ficou? Esta vida serviu com que propósito? Quem é que fez este plano?! Alguém me diz?! Porquê é que eu tenho que o seguir? Porquê é que se eu não o seguir, me sinto mal e até um irresponsável? Ou mesmo então, me sinto perdido? Porquê é que as pessoas avaliam-se umas às outras segundo este plano? Eu com 22 anos olho para isto e chega a ser claustrofóbico! Sufocante! Viver num padrão! Nunca me apanharam nessa! (Diz uma pessoa que está no Técnico e tem um carro preto). A verdade é essa...
Estamos em guerra.... Nem sabemos bem contra quê... Terrorismo? Globalização? Racismo? Xenofobia? Acho que estamos em guerra contra nós próprios... Contra os valores que nos impuseram. Contra esta dependência e escravidão na Economia, na Informação e principalmente... na Tecnologia! É uma guerra sem fim e sem glória. Criámos um monstro e não sabemos como o parar ou matar. Não há maneira possível. Ou será que há? Será que a resposta é o Amor? Ou será, mais uma ideia minha ridícula? A nossa arma, no meu entender, será esta. O perdão também é capaz de ajudar. E talvez o pensar pela nossa cabeça ( e não dizer o que disseram no telejornal, que como vamos compreender daqui as uns anos, é o último sítio onde a verdade será revelada).
Será o fim do mundo como tanto se anunciou? Não quero acreditar nisto! Vamos lutar por ele! Vamos lutar por todos nós! Pelo menos tentar...