Workshop de escrita criativa
Hoje fui a um workshop de escrita criativa na casa Fernando Pessoa. Gostei bastante e aprendi várias técnicas para estimular a criatividade. Técnicas como ouvir o ambiente à nossa volta escrevendo palavras sobre os barulhos e relacionar essas palavras com outras palavras que associamos a esses sons. Outras técnicas foram escrever sobre alguém que não conhecemos, mas que vemos várias vezes. Em seguida, trocámos substantivos de lugar de uma dada frase de modo a criar uma nova frase. Por último, escrevemos tudo o que nos vêm à cabeça, utilizando frases introduzidas a determinada altura da nossa escrita. Saiu isto...
Calmamente a ver um filme, José ouviu um barulho estranho na cozinha. Era noite e ninguém estava em casa. Desceu as escadas a correr com a sua vassoura preferida na mão esquerda. Finalmente chegou ao andar de baixo... Será que deveria ir à porta da cozinha? Não! Fugiu pela porta com o medo a assaltar-lhe a espinha! Correu até não ter forças para o infinito. Lembrou-se então que tinha deixado o bolo no forno... Telefonou aos bombeiros e à policia.
As novas cidades da menina
Com os seus 70 anos e as suas longas barbas brancas, viajou pelo mundo. Os seus olhos percorram inúmeras telas e filhas de papel. Poesia e pintura andam de mãos dadas consigo. É ai que ele reflecte o seu amor pela vida. No entanto, a vida escapou-lhe. Fugiu-lhe! Todos os rostos que pintou, que amara, estavam envelhecidos. A beleza de outros dias fugia-lhe das mãos. O que seria se fosse dono do tempo? O que seria se amasse indefinidamente? O bom velho que nunca se sentira como tal.
Aquando jovem ficou quase paraplégico. Mergulhara da rocha mais alta do seu rio favorito. Mesmo ao lado de sua casa. Foi mesmo de cabeça! Pobre coitado! Bateu no fundo... Ficaria agarrado à cama durante cinco longos anos. Pintara apenas com a boca e ditava os seus poemas a jovens enfermeiras muito simpáticas. Sempre com o seu charme. Ele sempre fora um apreciador de mulheres. Neste momento, já velho e casado, tinha três relações extra-conjugais. Apesar de todo o seu tempo que estava ocupado a satisfaze-las, punha-se ainda à janela a ver as meninas passar. As novas meninas da cidade! O velho dedicava-lhes sempre um poema e um beijo na mão. Por vezes, a sua mulher apanhava-o e o velho ficava sem jantar. E às vezes sem almoçar! Já se habituara.
Sentimentos e sonhos andam de mãos dadas. Chorar faz bem à saúde, vamos chorar! Que bom que é chorar. Talvez a vida será isso mesmo, chorar e deixar chorar. Comer e deixar comer. Correr e deixar correr. Numa maratona, se alguém está cansado, ninguém diz para o corredor parar. Mas incentiva-o. Vamos correr! Vamos sorrir! Tal como, uma fruta doce e com cores berrantes. Uma fruta espanhola cheia de água. Água da vida. Mas água sem sabor. Sabor este que dá sentido às tarde que por aqui são altas e profundas. Que belas tardes... Solarengas... Bem altas! Mas o que é isto de ser alto? Vê-se melhor! E profundo? Vê-se pior! A tarde é aquela altura do dia que não é de dia nem é de noite. É a tarde! É alta e é profunda! E a noite? A noite é baixa e superficial. Superficial como o riso e baixa na dignidade. Tenho saudades do tempo em que a noite era alta e profunda! Mas que tempo era este? Nenhum! “Gostaria de pedir uma noite profunda para a mesa quatro, se faz favor. Já agora que venha com um acompanhamento alto! Bem alto!”. Era tempo... Sabes, de gostar de algo novo. Tal como o José que gostava de olhar para as pedras. Ou do Ricardo que gostava de passear o peixe. Já estou com fome! Já comia um belo peixe. Umas sardinhas num dia de Verão perto do mar. Ao som das ondas caíram muitas coisas por estas palavras. Coisas essas raras e que nunca mais se levantaram! É difícil de levantar algo que cai do cimo de uma montanha e logo para o mar. Um mar cruel que já tirou sentimentos.
Calmamente a ver um filme, José ouviu um barulho estranho na cozinha. Era noite e ninguém estava em casa. Desceu as escadas a correr com a sua vassoura preferida na mão esquerda. Finalmente chegou ao andar de baixo... Será que deveria ir à porta da cozinha? Não! Fugiu pela porta com o medo a assaltar-lhe a espinha! Correu até não ter forças para o infinito. Lembrou-se então que tinha deixado o bolo no forno... Telefonou aos bombeiros e à policia.
As novas cidades da menina
Com os seus 70 anos e as suas longas barbas brancas, viajou pelo mundo. Os seus olhos percorram inúmeras telas e filhas de papel. Poesia e pintura andam de mãos dadas consigo. É ai que ele reflecte o seu amor pela vida. No entanto, a vida escapou-lhe. Fugiu-lhe! Todos os rostos que pintou, que amara, estavam envelhecidos. A beleza de outros dias fugia-lhe das mãos. O que seria se fosse dono do tempo? O que seria se amasse indefinidamente? O bom velho que nunca se sentira como tal.
Aquando jovem ficou quase paraplégico. Mergulhara da rocha mais alta do seu rio favorito. Mesmo ao lado de sua casa. Foi mesmo de cabeça! Pobre coitado! Bateu no fundo... Ficaria agarrado à cama durante cinco longos anos. Pintara apenas com a boca e ditava os seus poemas a jovens enfermeiras muito simpáticas. Sempre com o seu charme. Ele sempre fora um apreciador de mulheres. Neste momento, já velho e casado, tinha três relações extra-conjugais. Apesar de todo o seu tempo que estava ocupado a satisfaze-las, punha-se ainda à janela a ver as meninas passar. As novas meninas da cidade! O velho dedicava-lhes sempre um poema e um beijo na mão. Por vezes, a sua mulher apanhava-o e o velho ficava sem jantar. E às vezes sem almoçar! Já se habituara.
Sentimentos e sonhos andam de mãos dadas. Chorar faz bem à saúde, vamos chorar! Que bom que é chorar. Talvez a vida será isso mesmo, chorar e deixar chorar. Comer e deixar comer. Correr e deixar correr. Numa maratona, se alguém está cansado, ninguém diz para o corredor parar. Mas incentiva-o. Vamos correr! Vamos sorrir! Tal como, uma fruta doce e com cores berrantes. Uma fruta espanhola cheia de água. Água da vida. Mas água sem sabor. Sabor este que dá sentido às tarde que por aqui são altas e profundas. Que belas tardes... Solarengas... Bem altas! Mas o que é isto de ser alto? Vê-se melhor! E profundo? Vê-se pior! A tarde é aquela altura do dia que não é de dia nem é de noite. É a tarde! É alta e é profunda! E a noite? A noite é baixa e superficial. Superficial como o riso e baixa na dignidade. Tenho saudades do tempo em que a noite era alta e profunda! Mas que tempo era este? Nenhum! “Gostaria de pedir uma noite profunda para a mesa quatro, se faz favor. Já agora que venha com um acompanhamento alto! Bem alto!”. Era tempo... Sabes, de gostar de algo novo. Tal como o José que gostava de olhar para as pedras. Ou do Ricardo que gostava de passear o peixe. Já estou com fome! Já comia um belo peixe. Umas sardinhas num dia de Verão perto do mar. Ao som das ondas caíram muitas coisas por estas palavras. Coisas essas raras e que nunca mais se levantaram! É difícil de levantar algo que cai do cimo de uma montanha e logo para o mar. Um mar cruel que já tirou sentimentos.
1 Comments:
O conhecimento é o nosso maior tesouro na vida!
Enviar um comentário
<< Home