Hoje acordei na areia às 6h30 da manhã com um sonho estranho e com a barriga muito fria. Estava deitado numa areia gelada devido a uma sombra gigante. Uma sombra de um penhasco com milhões de anos e com muitas histórias para contar. Senti-me mal. Senti-me enjoado. Não percebo se foi das amêijoas da noite de ontem, ou se foi pelo facto de me lembrar que está tudo a acabar. Tive que sair dali meio a correr. Tentei respirar bem fundo aquela maresia do canto dos cantos da Europa. Nada feito! Corri para trás de uma rocha e com três ofegantes e profundos impulsos satisfiz o desejo do meu estômago.
Fiquei com um sabor amargo na boca. Um sabor físico e psicológico. Sentei-me e reparei numa velha gaivota que à muito me observava. Parecia que se interrogava o que eu estava ali a fazer. Não me conhecia ali por aquelas bandas. Era novo ali! No seu território de à muito. Nem eu próprio sabia o que estava ali a fazer...
Ouvi então a minha barriga a queixar-se! Resmungou bem fundo e com todo o sentido. Como um uivar de um lobo ferido. Dei-lhe uma pequena festa e pedi-lhe desculpas pelos últimos abusos. Ela mandou-me à fava! Estava farta de desculpas.
Restou-me olhar para as ondas que quebravam na areia. Para o sol que custava em subir. Para a areia que parecia cinzenta. Para o vento que zumbia. Para o farol que rodava iluminando tudo em seu redor. Para as gaivotas que gritavam de alegria.
Fiquei para ali sozinho numa praia no fim do mundo. Sem rede no telemóvel, sem um único ruído da civilização, sem nenhum ser humano acordado.
Lembrei-me que tinha que tentar dormir mais um pouco. No entanto, desfrutei tanto deste pequeno momento que me custava deixá-lo para trás.
Cedi... E deitei-me.
Continuei mal disposto...
Não conseguia dormir...
Tive que sair de novo dali...
Quase que tropecei numa pedra cinzenta. Mas aguentei-me. Larguei um pequeno gemido, mas aguentei-me.
Quis ir para o pé do mar. Onde já havia uma réstia de sol que me podia aquecer. Sentei-me descalço à beira mar e olhei para aquele magnífico quadro. Tirei uma fotografia com os meus olhos para mais tarde recordar.
Será que toda a vida resume-se a isto? Guardar fotos destes momentos? Não será demasiado redutora? Mas é muito compensadora...
Continuei a tirar fotos com os olhos até o sol nascer totalmente. Só parei quando me relembraram que existe realmente civilização. Que existe o ser humano.
Acordei então os outros humanos que estavam comigo.
Dedicado ao Diogo e ao Calhau, camaradas desta última viagem de surfe.
Fiquei com um sabor amargo na boca. Um sabor físico e psicológico. Sentei-me e reparei numa velha gaivota que à muito me observava. Parecia que se interrogava o que eu estava ali a fazer. Não me conhecia ali por aquelas bandas. Era novo ali! No seu território de à muito. Nem eu próprio sabia o que estava ali a fazer...
Ouvi então a minha barriga a queixar-se! Resmungou bem fundo e com todo o sentido. Como um uivar de um lobo ferido. Dei-lhe uma pequena festa e pedi-lhe desculpas pelos últimos abusos. Ela mandou-me à fava! Estava farta de desculpas.
Restou-me olhar para as ondas que quebravam na areia. Para o sol que custava em subir. Para a areia que parecia cinzenta. Para o vento que zumbia. Para o farol que rodava iluminando tudo em seu redor. Para as gaivotas que gritavam de alegria.
Fiquei para ali sozinho numa praia no fim do mundo. Sem rede no telemóvel, sem um único ruído da civilização, sem nenhum ser humano acordado.
Lembrei-me que tinha que tentar dormir mais um pouco. No entanto, desfrutei tanto deste pequeno momento que me custava deixá-lo para trás.
Cedi... E deitei-me.
Continuei mal disposto...
Não conseguia dormir...
Tive que sair de novo dali...
Quase que tropecei numa pedra cinzenta. Mas aguentei-me. Larguei um pequeno gemido, mas aguentei-me.
Quis ir para o pé do mar. Onde já havia uma réstia de sol que me podia aquecer. Sentei-me descalço à beira mar e olhei para aquele magnífico quadro. Tirei uma fotografia com os meus olhos para mais tarde recordar.
Será que toda a vida resume-se a isto? Guardar fotos destes momentos? Não será demasiado redutora? Mas é muito compensadora...
Continuei a tirar fotos com os olhos até o sol nascer totalmente. Só parei quando me relembraram que existe realmente civilização. Que existe o ser humano.
Acordei então os outros humanos que estavam comigo.
Dedicado ao Diogo e ao Calhau, camaradas desta última viagem de surfe.
2 Comments:
Ouvi dizer q se divertiram mt. A tua bela descriçäo lembrou-me daquele conto sobre o homem numa ilha deserta. Cm era mm o nome?
Hehehe... Grandes viagens!
Acordar na areia sem saber muito bem a quantas se anda é tão bom... :) *
Enviar um comentário
<< Home