31 março 2007

Rumor de bastidor

Paulo Portas, Santana Lopes e Manuel Monteiro vão formar um novo partido?

Eu pergunto: Objectivo disto?

Ontem responderam-me com uma teoria da conspiração.

...

Espero que tenham sido dos copos a mais da pessoa que mo disse.

30 março 2007

“Não é necessário saíres da tua casa. Continua à mesa, ouve. Não ouças sequer, espera simplesmente. Não esperes, sê absolutamente solitário, absolutamente silencioso. Acredita que o mundo irá oferecer-se para se desmascarar, não pode agir de outro modo; sob o teu encanto, desenrolará os seus anéis a teus pés.

O celibato e o suicídio situam-se em degraus semelhantes de conhecimento.

A ociosidade é o único de todos os vícios. O coroamento de todas as virtudes.

A arte voa em torno da verdade mas com a atenção decidida de se não queimar nela. A sua capacidade consiste em encontrar no vácuo um lugar onde o raio de luz possa ser resgatado.” Franz Kafka

Livro: “Meditações” Franz Kafka
« La voyance, la sensualité, la religion, la politique, l´enfance, l´errance, la liberté, le spectacle, la mythologie, l´ivresse… Rimbaud cherche un langage universel quit soit « de l´âme pour l´âme ». La langue et les phrases s´accélèrent, se régénèrent, rutilent, s´enrichissent, explosent et lancent à la face du monde une poésie en révolution permanente. »

Livro : “Illuminations” Arthur Rimbaud
“O charuto... é algo que exige respeito. Apela a todos os sentidos, a todos os prazeres, ao olfacto, ao gosto, ao tacto, ao olhar... Um bom charuto encerra a promessa de uma experiência de puro deleite.” Zino Davidoff

“Fumar é humano; fumar charuto é divino.” Anónimo

“Não me peçam para descrever os encantos do sonho ou êxtase contemplativo em que o fumo de um charuto nos mergulha.” Jules Sandeau (Romancista francês)

“Sublime tabaco, que de leste a oeste alegras o trabalho do marinheiro e o repouso do turco.” Lord Byron

“No que aos charutos diz respeito, há muitas superstições. E a principal é a de que existe um padrão ideal, quando nada podia ser menos verdadeiro. A preferência individual é o único padrão aceitável, o único que pode reger a conduta de cada um. Nem um congresso de todos os apreciadores de tabaco conseguiria escolher um padrão que o vinculasse a si ou a mim, ou sequer influenciasse a nossa escolha.” Mark Twain (1893)

“Tenho por norma nunca fumar mais do que um charuto de cada vez.” Mark Twain (No seu septuagésimo aniversário, tendo sido aconselhado a fumar menos.)

“Saber fumar significa recuperar ritmos esquecidos, restabelecer a comunicação com o nosso ser interior.” Zino Davidoff

“Aquele que não fuma, ou nunca conheceu grande pesar ou recusa a si mesmo o mais doce dos consolos, só comparável ao dimana dos céus.” E.G. Bulwer-Lytton

“Do que este país precisa é de um bom charuto de oito cêntimos.” Thomas Marshall (Vice-presidente dos Estados Unidos, 1919)

Livro: “Guia internacional de Charutos - A selecção na arte de bem fumar.” Jane Resnick

“A viagem da minha vida – pela Índia de mochila às costas” de William Sutcliffe

Acabei de ler este livro. Apesar de ter um escrita bastante simples, o autor consegue fazer com que o leitor se imagine no papel da personagem. E de certa forma foi escrito de uma maneira quase cineasta. O mais importante, a história contada no livro. Um rapaz de 18 anos que decide fazer uma viagem de 3 meses pela Índia. O livro é sobre essa viagem. Um livro bastante interessante. Recomendo como um livro de lazer.

28 março 2007

"A minha vida e as minhas experiências com a verdade" Mohandas K. Gandhi

"Há coisas a nosso respeito que só Deus e nós mesmos sabemos. São factos que não revelamos a ninguém. Os que narrarei aqui não são dessa natureza. São acima de tudo vivências de natureza espiritual e também moral, pois a essência da religião é a moralidade.
(...)
Se fosse discutir apenas princípios académicos, certamente não estaria a tentar escrever uma autobiografia. Como o meu objectivo é fazer um relato das aplicações práticas desses princípios, dei-lhes o título de A História das Minhas Experiências com a Verdade. É claro que aqui estarão incluídas as minhas experiências com a não-violência, o celibato e outros princípios de conduta considerados distintos da verdade.
(...)
É muito doloroso e torturante perceber-me tão distante do Criador, aquele que é meu Pai e governa cada sopro da minha vida. Sei muito bem que são os sentimentos primários que carrego dentro de mim que me mantêm tão afastado d´Ele. Mesmo assim, não consigo evitá-los."

M. K. Gandhi
Ashram de Sabarmati
26 de Novembro de 1925

O livro que começei a ler!

26 março 2007

A História e a Morte

Há apenas uma coisa na vida que é certa, a morte! Tudo o resto é incerto, devido a diversos factores. A maioria deles, incontroláveis e imprevisíveis. No entanto, uma coisa é inevitável, iremos morrer. O que vêm depois dela, também não sabemos, pelo menos a nível científico. Existem teorias, nomeadamente religiosas, mas tudo muito incerto. Será que realmente vem alguma coisa? Digamos que não deixaremos realmente de existir. Existirá então uma presença física do nosso corpo, mesmo após a morte. Continuaremos a existir, pelo menos mais alguns anos. No entanto, essa presença é apenas do ponto de vista de um objecto, visto que o nosso corpo ficou “disfuncional”. Ou pelo menos no nosso entender de funcional.
Será que nos espera o vazio eterno? O “nada”? Deixaremos simplesmente de existir? A nossa mente não consegue assimilar tal conceito. A não existência. Temos como protecção psicológica uma espécie de invencibilidade inata. Uma consciência de imortalidade. Pelo menos nas sociedades ditas ocidentais (que felizmente, ultimamente, muito pouco lidam com a morte). A verdade é que a famosa frase “Só sei que nada sei” não poderia estar mais correcta e com todo o sentido. Quando mais procuramos a verdade (seja lá o que for este conceito), mais consciência temos que nada sabemos. A nossa realidade é nos apresentada pelos nossos cinco sentidos (há quem afirme que tem mais, mas ainda está para ser provado). No entanto, estes sentidos são bastante débeis e apenas servem para nos apresentar uma certa realidade.

Esta conversa sobre a morte veio no sentido do programa de ontem, “Os grandes Portugueses”. Há que relembrar que os 10 escolhidos, todos estão mortos. A história tem uma importância enorme para compreendermos o presente e planearmos o futuro. Somos nós os vivos que vamos continuar com a História do nossa país e com o seu futuro. A História de nada serve se dela não tirarmos lições. E as lições que a história, nomeadamente de Portugal, nos dá, são da maior importância. Não poderá existir uma repressão pela História, como sugerira a deputada Odete Santos. A história de Portugal da segunda metade do século 20, foi uma história bastante negra. No entanto, o século 20 foi um século de grande sofrimento mundial, não só o português. Talvez tenhamos tido um século menos sofredor do que a maioria de outros países. Há que aceitar a história, com todos os seus inconvenientes. Foram Homens que viverem e mudaram Portugal e o mundo. Não os poderemos rejeitar e apagá-los. No meu entender, a vitória de Salazar (tal como a sua presença nos 10 primeiros) é algo de bizarro e triste. Poderão dizer que é um concurso, no entanto, se votaram mais de 200 mil pessoas, significa que perto de 100 mil pessoas em Portugal têm a convicção que Salazar foi realmente o maior Português de sempre. Apenas num pais que não houve educação e aceitação e estudo pela sua história, isto é possível. Houve uma falha gravíssima das gerações pós 25 de Abril. Houve uma repressão pela repressão. Uma pseudo-democracia. E continuamos no pais de Salazar.

As pessoas não aceitam que Salazar morreu como chefe de estado. Que os portugueses nada fizeram para mudar isso. Ou então, fizeram e não conseguiram. Faz parte da nossa história! O falhanço em Portugal é visto como uma fraqueza. No Estados Unidos é visto como uma virtude. Uma pessoa que falhou, ao menos já experimentou esse falhanço e não volta a falhar, porque o reconheceu e aprendeu com ele. Houve a experiência, conceito fundamental em ciência (a base de todo o conhecimento). Vamos reconhecer o nosso falhanço e aprender com ele! Não negá-lo!

Há que referir que em 2º lugar ficou Cunhal. Lembrar-nos-emos que Cunhal tentou instaurar um governo Comunista em Portugal. Poderíamos estar a sair de uma catástrofe politica e entrar noutra. Não me lembro de um estado Comunista que valores como a liberdade existissem e a censura não. A disputa entre Cunhal e Salazar para 1º lugar, levou este programa ao rídiculo. E não só o programa, a opinião de certos portugueses sobre a sua História.

Vamos realmente estudar a nossa História e tirar elações dela! Então poderemos debater.

O conhecimento é a base da vida. A morte impõe o conhecimento para existir sentido na vida.

20 março 2007

Enfim... política!

Paulo Portas a caminho da liderança no CDS. Santana Lopes a colocar-se em posição para também atacar o poder... Onde é que eu já vi isto? Agora é a minha vez de dizer: Não obrigado!!

O filme muda, mas as personagens continuam a ser as mesmas. Dois exemplos nacionais máximos do “chico espertismo” e da sua ganância pelo poder no seu pior.

Que não se repita o mesmo erro outra vez... Ou os mesmos erros!

Palavras em vão, estas!

18 março 2007

Parabéns ao meu blog

Passou um ano do “Lembrei-me”. Muita escrita, muita reflexão. Umas vezes com mais sentido, outras vezes com menos. Penso o que conta é a intenção. Pelo menos é o que eu digo para mim sempre que constato que já escrevi bastantes “babuzeiras”.

Penso também que para além do blog, a minha intenção foi sempre de tentar trazer algo de novo às poucas pessoas que o lêem. Que talvez ao lerem pensem também em fazer algo diferente. Não é que eu o faça, mas penso que tenho a intenção de tal. De conhecer e do conhecimento de algo novo.

A todos um obrigado por aturarem este blog.

Até à próxima!

16 março 2007

Jean Baudrillard (1929-2007)



Um Filósofo, um poeta e um fotógrafo, que morreu no dia 6 de Março de 2007 em Paris com 77 anos.

14 março 2007

"Zeus que conduz os mortais pelo caminho da compreensão,
Zeus que ordenou que a sabedoria seja obtida através do sofrimento." Ésquilo - Agamemnon

13 março 2007

Um pouco de “inventaço”? Vamos lá!

Para que serve a buzina do carro? Serve para fazer barulho! Para poluir! Por tudo e por nada. Talvez porque o senhor Silva ia demasiado lento ao passar na passadeira. Ou talvez porque a senhora José tremeu ao volante e nós temos que a avisar que fez um erro, na nossa condição de “semideus”. Ou então porque Portugal ganhou o Europeu e temos que avisar os outros que estamos contentes, ao fazer barulho pela estrada fora. A verdade é que a buzina é uma das coisas mais bizarras que já se fizera num carro. Põe o condutor logo à partida, no papel de Juiz e Réu. E não só, dá-lhe o direito de berrar sem gastar as cordas vocais. Basicamente foi feita para dizer ao cliente: “Pode fazer barulho quando bem lhe apetecer! Em vez de gritar nos ouvidos de alguém, pode simplesmente carregar a fundo na buzina!”. Que maravilhoso! No entanto, ao apitarmos estamos sempre sujeitos a sermos apitados. Aí já é diferente! “Como é que aquele filho da !”#$%&/ se atreve a apitar-me?!”.
As pessoas fazem da estrada um ringue, no qual, nós próprios podemos estar sujeitos a entrar nele como lutadores involuntariamente. Deveria existir um respeito pelo próximo, nem que seja, cada condutor ter mais calma a conduzir. Se estás atrasado ou stressado, a culpa é tua! Não é da pessoa que vai à tua frente. E erros... quem não os comete? Somos humanos! Façam um teste, em que a partir de agora deixam de utilizar a buzina. É possível! Eu raramente a utilizo. Só mesmo se for para afastar um cão da estrada ou algo do género. Tentar ser um pouco mais civilizados e respeitar o próximo. Será assim tão difícil? Parece que em Portugal chega a ser impossível para a maioria das pessoas.

Lembrei-me de escrever sobre a buzina, depois de no outro dia ver um velhote com a sua bengala, a passar na passadeira com bastante dificuldade e a ser brutalmente buzinado por outro carro. Isto fez-me pensar... Se nem temos respeito por pessoas com dificuldades, como o teremos por pessoas sem essas mesmas dificuldades?

12 março 2007

Workshop de fotografia digital

Hoje comecei um Workshop sobre fotografia digital. Vão ser 7 semanas e 7 aulas. A primeira aula já foi e gostei. Esperarei pelo resto para dar uma apreciação global.

07 março 2007

Melhor concerto da minha vida

É uma frase dura de se dizer... Mas Yann Tiersen na Aula Magna foi certamente um dos melhores concertos da minha vida. Se não o melhor! Todo o concerto foi uma espécie de uma expressão de sentimentos. Uma música de sentimentos, mas também com imensa história. A entrega de Yann Tiersen foi total! Voltou duas vezes ao palco depois da primeira saída após muita insistência do público. Foi um concerto memorável feito por uma pessoa genial. Saí de lá com o coração preenchido e com os olhos e ouvidos bem abertos. Três vivas a Yann! E de pé!

Yann Tiersen

Hoje na aula magna vai tocar Yann Tiersen. Eu vou lá estar. E tu?

01 março 2007

Workshop de escrita criativa

Hoje fui a um workshop de escrita criativa na casa Fernando Pessoa. Gostei bastante e aprendi várias técnicas para estimular a criatividade. Técnicas como ouvir o ambiente à nossa volta escrevendo palavras sobre os barulhos e relacionar essas palavras com outras palavras que associamos a esses sons. Outras técnicas foram escrever sobre alguém que não conhecemos, mas que vemos várias vezes. Em seguida, trocámos substantivos de lugar de uma dada frase de modo a criar uma nova frase. Por último, escrevemos tudo o que nos vêm à cabeça, utilizando frases introduzidas a determinada altura da nossa escrita. Saiu isto...

Calmamente a ver um filme, José ouviu um barulho estranho na cozinha. Era noite e ninguém estava em casa. Desceu as escadas a correr com a sua vassoura preferida na mão esquerda. Finalmente chegou ao andar de baixo... Será que deveria ir à porta da cozinha? Não! Fugiu pela porta com o medo a assaltar-lhe a espinha! Correu até não ter forças para o infinito. Lembrou-se então que tinha deixado o bolo no forno... Telefonou aos bombeiros e à policia.




As novas cidades da menina

Com os seus 70 anos e as suas longas barbas brancas, viajou pelo mundo. Os seus olhos percorram inúmeras telas e filhas de papel. Poesia e pintura andam de mãos dadas consigo. É ai que ele reflecte o seu amor pela vida. No entanto, a vida escapou-lhe. Fugiu-lhe! Todos os rostos que pintou, que amara, estavam envelhecidos. A beleza de outros dias fugia-lhe das mãos. O que seria se fosse dono do tempo? O que seria se amasse indefinidamente? O bom velho que nunca se sentira como tal.
Aquando jovem ficou quase paraplégico. Mergulhara da rocha mais alta do seu rio favorito. Mesmo ao lado de sua casa. Foi mesmo de cabeça! Pobre coitado! Bateu no fundo... Ficaria agarrado à cama durante cinco longos anos. Pintara apenas com a boca e ditava os seus poemas a jovens enfermeiras muito simpáticas. Sempre com o seu charme. Ele sempre fora um apreciador de mulheres. Neste momento, já velho e casado, tinha três relações extra-conjugais. Apesar de todo o seu tempo que estava ocupado a satisfaze-las, punha-se ainda à janela a ver as meninas passar. As novas meninas da cidade! O velho dedicava-lhes sempre um poema e um beijo na mão. Por vezes, a sua mulher apanhava-o e o velho ficava sem jantar. E às vezes sem almoçar! Já se habituara.


Sentimentos e sonhos andam de mãos dadas. Chorar faz bem à saúde, vamos chorar! Que bom que é chorar. Talvez a vida será isso mesmo, chorar e deixar chorar. Comer e deixar comer. Correr e deixar correr. Numa maratona, se alguém está cansado, ninguém diz para o corredor parar. Mas incentiva-o. Vamos correr! Vamos sorrir! Tal como, uma fruta doce e com cores berrantes. Uma fruta espanhola cheia de água. Água da vida. Mas água sem sabor. Sabor este que dá sentido às tarde que por aqui são altas e profundas. Que belas tardes... Solarengas... Bem altas! Mas o que é isto de ser alto? Vê-se melhor! E profundo? Vê-se pior! A tarde é aquela altura do dia que não é de dia nem é de noite. É a tarde! É alta e é profunda! E a noite? A noite é baixa e superficial. Superficial como o riso e baixa na dignidade. Tenho saudades do tempo em que a noite era alta e profunda! Mas que tempo era este? Nenhum! “Gostaria de pedir uma noite profunda para a mesa quatro, se faz favor. Já agora que venha com um acompanhamento alto! Bem alto!”. Era tempo... Sabes, de gostar de algo novo. Tal como o José que gostava de olhar para as pedras. Ou do Ricardo que gostava de passear o peixe. Já estou com fome! Já comia um belo peixe. Umas sardinhas num dia de Verão perto do mar. Ao som das ondas caíram muitas coisas por estas palavras. Coisas essas raras e que nunca mais se levantaram! É difícil de levantar algo que cai do cimo de uma montanha e logo para o mar. Um mar cruel que já tirou sentimentos.